Mindfulness Vs Meditação por Danilo Chencinski


Antes de começar a escrever, desliguei meu celular, encerrei todos os aplicativos do meu computador, fechei os olhos, observei minha respiração, minhas emoções e o estado da minha mente, preparando-me para a tarefa. Fiz tudo isso para estar totalmente presente, sem dispersões, a fim de otimizar o meu tempo. Apesar de parecer que estava iniciando um treinamento de meditação, não o fiz com a intenção de meditar, muito menos de reduzir o stress, como sugerem diversos artigos, professores e estudos sobre mindfulness, como um da Universidade Carnegie Mellon, na Pensilvânia, EUA, chamado “Como o Treinamento de Mindfulness Afeta a Saúde?”

O que veio a ser chamado de mindfulness foi trazido para o ocidente por Jon Kabat-Zinn, na década de 70 do século passado. Ele se fundamentou em conceitos budistas sobre o funcionamento das emoções e da mente para fundar um programa de redução do stress baseado em estar mais presente (MBSR). Mas por que será que a cultura ocidental insiste em transformar tudo em terapia? Nem o mindfulness, nem a meditação (que surgiu milênios antes do budismo) surgiram com o intuito de aprimorar a saúde, mesmo que tenham este resultado, assim como a dança, as artes marciais e os esportes não foram criados com o propósito de emagrecer, mesmo que o treinamento constante possa resultar na perda de peso.

Não há dúvidas de que ambas as modalidades produzam efeitos positivos sobre a saúde física, emocional e mental, porém são apenas consequências. A finalidade desses exercícios é simplesmente de não deixar que a mente racional, influenciada pelas emoções, interfira na sua percepção da realidade e não bloqueie o processo de intuição, muito mais eficiente que o mental. O resultado disso é ser mais consciente no dia a dia, trazer à consciência hábitos, padrões e decisões, que, em sua maioria, acontecem de forma tão automática que se tornam invisíveis para nós mesmos na maior parte do tempo.

Se formos bem criteriosos com as nomenclaturas, verificaremos que ambos os termos não são precisos:

Segundo o Prof. DeRose: “Meditação é uma palavra inconveniente para definir a prática chamada dhyána em sânscrito, já que essa técnica consiste em parar de pensar a fim de permitir que a consciência se expresse através de um canal mais sutil, que está acima da mente, mas o dicionário define meditar como pensar, refletir.”*

Mindfulness, designa o exercício de observar seus cinco sentidos sem julgamentos, ou seja, sem a interferência da mente. Entretanto, se analisarmos a palavra do inglês, temos “o ato de estar com a mente presente”.

Estar presente é o primeiro passo para a meditação mais autêntica, proveniente de filosofias orientais de mais de 5000 anos de existência. O passo a passo para uma meditação completa: abstrair os sentidos, concentrar-se em apenas um objeto (visual ou sonoro), manter a concentração até que a mente se sature e cesse. A mente humana é dispersa por natureza e os processos de condicionamentos que recebemos desde que nascemos criam respostas condicionadas que nos fazem agir no modo piloto-automático. É por isso que parar de pensar, algo que na teoria parece tão simples, pode ser um grande desafio que se conquista apenas com anos de treino de meditação e muitos outros exercícios indispensáveis.

O mundo caminha há muitos anos na direção do multitasking, ou seja, fazer muitas coisas ao mesmo tempo. Inclusive, nos orgulhamos de dizer que temos a habilidade de fazer várias tarefas de uma só vez, ao invés de nos vangloriarmos em sermos capazes de nos focar em uma coisa de cada vez e fazer rápido e bem feito. Segundo o estudo de Harvard Wandering Mind Not a Happy Mind, as pessoas passam cerca de 47% do tempo fazendo uma atividade enquanto pensam em outra coisa qualquer, e essa dispersão é um importante fator para a infelicidade.

Tanto a meditação quanto o mindfulness são movimentos que ganham força no século XXI como reação à tendência do “deixa a vida me levar”. Os grandes empresários e atletas de alta performance de hoje estão resgatando conceitos de filosofias muito antigas, que já haviam identificado a tendência da humanidade à dispersão, e estão buscando nessas técnicas milenares, ferramentas para se tornarem mais conscientes de si, de suas emoções, pensamentos e decisões. Só assim poderão afirmar como o poema Invictus, que inspirou Nelson Mandela (também conhecido por praticar meditação): “I´m the master of my fate, I´m the captain of may soul.”

O Método DeROSE enxerga o mindfulness como uma parte da meditação e o exercício da meditação como uma peça importante de um grande quebra-cabeça para a evolução humana. Como parar a instabilidade mental se nossa saúde estiver instável? E se não estivermos emocionalmente estáveis, será que conseguiremos com sucesso ficar com a mente tranquila? Sabemos que, para chegarmos ao ponto de conseguirmos nos dedicar totalmente ao exercício mental, precisamos primeiro cuidar do corpo através de uma boa alimentação, técnicas corporais de força e flexibilidade, atividades de limpeza orgânica; das emoções, e para isso devemos cultivar boas relações humanas, além de fazer uso da respiração, descontração, relaxamento e de reprogramação emocional; entre outros elementos, todos presentes na estrutura do Método DeROSE.

 

* Trecho extraído do livro Meditação e Autoconhecimento do Professor DeRose.



Siga-nos

DeROSE Method Botafogo
Desenvolva o foco e a clareza mental, aumente sua vitalidade e gerencie seu nível de stress.

Instagram




Sobre

O DeROSE Method é uma proposta de reeducação comportamental, que desenvolve a alta performance e melhora a qualidade de vida.

Nosso método desenvolve sua habilidade de silenciar a sua mente, e melhorar a clareza mental. Por outro lado, aumentará sua vitalidade e nível de energia, desenvolvendo um corpo saudável que contribuirá para uma mente também saudável.