Melhorar a imunidade em tempos de coronavírus por Eduardo Tosta Médico imunologista CRM-DF 1187 Professor Emérito da Universidade de Brasília


Existem duas maneiras de se proteger contra o coronavírus: evitando a 

infecção (contágio) ou evitando que a infecção se transforme em doença, 

especialmente doença grave e potencialmente letal. Estaremos livres da 

infecção se não tivermos contato com pessoas infectadas, utilizando-se os 

procedimentos amplamente divulgados. No caso de o contágio acontecer, três 

situações poderão ocorrer:

(1) infecção assintomática (sem doença);

(2) doença leve ou moderada;

(3) doença grave e potencialmente letal. É o estado de saúde 

do sistema imunitário que determinará como a infecção irá evoluir. Se ele estiver 

funcionando adequadamente, a infecção evoluirá sem doença ou com doença 

leve, como acontece com a grande maioria dos casos; se estiver com seu 

funcionamento comprometido, a tendência é que a infecção evolua para doença 

moderada ou grave. Assim, é essencial nosso empenho para a manutenção da 

saúde imunitária, especialmente por que ainda não dispomos de vacina nem de 

imunidade prévia, por se tratar de um novo vírus. Como ajudar a manter e 

fortalecer a saúde imunitária? 

1. Evitar o medo e o pânico: eles causam ansiedade, que aumenta a 

produção de cortisol e outras substâncias depressoras da imunidade. 

2. Reduzir a ansiedade: A maneira mais prática, rápida, eficaz e sem efeitos 

colaterais para se reduzir a ansiedade é a respiração controlada. Pratique-a 

muitas vezes por dia: sente-se com as costas retas, feche olhos e boca, respire 

lenta, suave e o mais profundamente possível por alguns minutos, com total 

atenção na entrada e na saída do ar. Além de sua ação ansiolítica instantânea e 

poderosa, a respiração controlada aumenta substancialmente a oxigenação do 

organismo e, em consequência, melhora o funcionamento de todas as células, 

inclusive as do sistema imunitário. 

3. Manter um regime de sono regular: basta uma noite mal dormida 

(quantidade ou qualidade) para prejudicar a imunidade. 

4. Reduzir o consumo de álcool, tabaco e drogas: todos podem 

comprometer a imunidade. 

5. Hidratação adequada: Entre 55% e 60% de nosso corpo é constituído por 

água: ela é essencial para o funcionamento de todas as células e órgãos, 

inclusive os responsáveis pela defesa contra agentes infecciosos. Uma 

hidratação inadequada resseca as mucosas e as tornam vulneráveis às 

infecções, compromete as funções do sistema imunitário, estimula a inflamação, 

sobrecarrega o coração e os rins, compromete as funções cognitivas do cérebro 

e causa fadiga e desmaios. As perdas diárias de água pela urina, suor, 

evaporação pela pele, respiração e fezes precisam ser repostas por água pura, 

ou água com limão, em volumes de 2,0 litros/dia (mulheres) e 2,5 litros/dia 

(homens), ou cerca de 30 ml/kg/dia. A hidratação cuidadosa é especialmente 

importante nos idosos já que nesta população a sensação de sede está 

diminuída. 

6. Suplementação de vitaminas, sais minerais e outros: A manutenção 

da integridade e da funcionalidade do sistema imunitário depende de níveis 

adequados de vitaminas e sais minerais, especialmente na população idosa, 

onde ocorrem frequentes carências. Além disso, várias vitaminas e sais minerais 

exercem ação antiviral comprovada, embora não tenham sido ainda testados em 

relação ao COVID-19. Convém lembrar que tais compostos em excesso podem 

ter efeitos nocivos para a saúde 

> Vitamina A: atua contra o vírus do sarampo, HIV, coronavírus aviário. 

> Vitaminas B: atuam contra o coronavírus MERS-CoV. 

> Vitamina C: atua contra vários vírus responsáveis por infecções 

respiratórias humanas e coronavírus aviário. 

> Vitamina D: atua contra o coronavírus bovino. 

> Vitamina E: atua contra o coxsackievírus e coronavírus bovino. 

> Selênio: atua contra o vírus da influenza, coronavírus aviário e 

bloqueia mutações virais. 

> Zinco: atua contra o vírus do sarampo e o coronavírus SARS-CoV. 

> Ferro: bloqueia mutações virais. 

> Ácidos graxos ômega-3: atua contra o vírus da influenza e o HIV. 

Zhang L, Liu Y (2020). Potential interventions for novel coronavirus in China: A systematic 

review. Journal of Medical Virology DOI: 10.1002/jmv.25707 

7. Alimentos fortalecedores da imunidade e com atividade 

antimicrobiana: 

> Limão: Muito rico em vitaminas (A, B1, B2, B3, B6, B9, C e E), sais 

minerais (ferro, potássio, cálcio, magnésio, sódio, fósforo, boro, manganês, 

cobre, flúor, zinco e molibdênio) e compostos bioativos (principalmente na casca: 

hesperidina, eriocitrina, diosmina e roifolina). O limão possui comprovada ação 

reguladora da imunidade (imunomoduladora), anti-inflamatória, antioxidante, 

analgésica, ansiolítica, antialérgica, antibacteriana, antifúngica e antiviral (a 

roifolina bloqueia a atividade do coronavírus SARS-CoV e a hesperidina e a 

diosmina têm potencial para atuar sobre o COVID-19). O limão deve ser 

consumido como suco e sua casca ralada (depois de bem lavadas) usada em 

vários pratos salgados e doces. 

> Cúrcuma (açafrão da terra): Seu principal composto ativo, a 

curcumina, apresenta poderosa atividade imunomoduladora, anti-inflamatória, 

antioxidante, neuroprotetora, cardioprotetora, nefroprotetora, pneumoprotetora 

(pulmão), hepatoprotetora, antitumoral, antibacteriana, antifúngica, 

antiparasitária e antiviral (hepatites B e C, herpes simplex, coxsackie B3, HIV, 

papiloma, encefalite japonesa e coronavírus SARS-CoV). 

> Aveia: É fonte de proteínas de alta qualidade, minerais (cálcio e ferro) 

e vitaminas (B e E) e de dois compostos bioativos importantes: a glucana beta e 

a avenantramida. A glucana beta é poderoso composto imunoestimulante e 

aumenta a resistência contra infecções por bactérias, vírus, fungos e parasitos e 

a avenantramida possui atividade anti-inflamatória e antioxidante. 

> Gengibre: O gingerol e os outros 168 compostos bioativos do gengibre 

possuem atividades imunomoduladora, anti-inflamatória, antioxidante, 

analgésica, neuroprotetora, cardioprotetora, nefroprotetora, pneumoprotetora, 

gastroprotetora, hepatoprotetora, antitumoral, antibacteriana, antifúngica, 

antiparasitária e antiviral (hepatite C, dengue e, talvez, COVID-19). 

> Açaí: A velutina e outros compostos flavonoides, antocianinas e 

carotenoides do açaí apresentam atividades imunomoduladora, anti- 

inflamatória, antioxidante, analgésica, hepatoprotetora, nefroprotetora, 

pneumoprotetora, cardioprotetora, antilipêmica, neuroprotetora, antidiabética, 

antidepressiva, antitumoral, antibacteriana, antifúngica e antiparasitária. A 

possível atividade antiviral ainda não foi testada. 

> Linhaça: Os lignanos, principais compostos bioativos da linhaça, 

apresentam atividade imunomoduladora, anti-inflamatória, antioxidante, 

antibacteriana e antifúngica. A herbacetina, outro composto bioativo, possui 

possível atividade contra o coronavírus MERS-CoV. Para destruir possíveis 

efeitos tóxicos das sementes de linhaça, é conveniente aquece-las em forno de 

micro-ondas a 100oC por 1 minuto antes do consumo. 

> Brócolis: Rico em vitaminas (E, C, K, B, A, carotenoides), sais minerais 

(selênio, cálcio, ferro, zinco) e compostos bioativos com atividades 

imunomoduladora, anti-inflamatória, antioxidante, cardioprotetora, antitumoral, 

antibacteriana, antifúngica e antiviral (influenza, vírus sincicial respiratório) 

> Uva tinta, amendoim: Os dois alimentos têm uma característica em 

comum: são ricos em resveratrol, um composto bioativo com atividades 

imunomoduladora, anti-inflamatória, antioxidante, neuroprotetora, 

cardioprotetora, nefroprotetora, pneumoprotetora, hepatoprotetora, 

gastroprotetora, enteroprotetora, enteroprotetora, mioprotetora (músculos), 

antitumoral, antibacteriana, antifúngica e antiviral (herpes simplex, influenza, 

varicela-zoster, citomegalovírus, HIV, polioma e coronavírus MERS-CoV). O 

resveratrol pode ser consumido como suco de uva, vinho tinto, uva passa e, 

principalmente, farinha de uva, que também é rica em antocianinas das 

sementes. 

> Mel: Além de rica fonte de vitaminas (B2, B3, B5, B6, B9 e C), sais 

minerais (potássio, sódio, cálcio, ferro, fósforo e magnésio) e peróxido de 

hidrogênio (água oxigenada), o mel possui vários compostos bioativo, 

especialmente quercetina e miricetina, responsáveis por suas atividades 

imunomoduladora (principalmente imunoestimulante), anti-inflamatória, 

antioxidante, antidiabética, antibacteriana (inclusive bactérias resistentes a 

antibióticos), antifúngica (candidíase) e antiviral (rubéola, herpes e vírus 

respiratório, inclusive o coronavírus MERS-CoV). 

> Soja: Possui isoflavonas, como a genisteína e a daidzeína, com 

atividades imunomoduladora, cardioprotetora, osteoprotetora (osteoporose), 

antidepressiva, antitumoral, antibacteriana, antifúngica e antiviral (rotavírus, 

herpes simplex, adenovírus, VIH, vírus respiratórios, inclusive os coronavírus 

SARS-CoV e MERS-CoV). 

> Kefir: É o leite fermentado no domicílio por uma comunidade complexa 

de lactobacilos e leveduras probióticas, que produzem seu próprio alimento 

prebiótico (kefirano). Apresenta potente atividade imunomoduladora (aumenta a 

imunidade anti-infecciosa, antitumoral, controla alergias, suprime a 

autoimunidade), anti-inflamatória, antitóxica, antibacteriana, antifúngica e 

antiviral (hepatite C, HTLV-1, rotavírus, herpesvírus, influenza aviária). 

Todas as medidas aqui propostas têm base científica comprovada, são isentas de efeitos colaterais indesejáveis, desde que adotadas com sensatez, e poderão concorrer para proteger não só do coronavírus, mas de qualquer outro agente infeccioso. 

 



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